Corrida ao Sentido da Vida

(09/02/2020)

Por: JOÃO FERNANDO BRINKMANN DOS SANTOS

Há razões para crer que a prática de exercícios contribua sobremaneira à saúde física e mental. Além da prática de atividade física, a busca constante por conhecimento e direcionamento dos esforços a trabalhos que possam agregar ao menos algum valor à própria existência e/ou à sociedade, de uma forma geral, são características associadas ao grau de importância que se pode atribuir ao que eventualmente se faça.

Assim sendo, no intuito de realmente fazer algo que importe, não só a si mesmo como talvez até a outras pessoas, faz-se necessária constante avaliação dos motivos idealizadores do que se faz e dos resultados gerados a partir de esforços dispendidos em uma determinada direção. Para isso, a capacidade de introspecção e consequente reflexão sobre as próprias ações devem ou deveriam fazer parte das rotinas – sejam elas físicas, mentais ou laborais.

Nesse sentido, o esforço físico, se associado a essa introspecção já citada, pode representar uma ótima oportunidade ao autoconhecimento e à constante reflexão acerca do significado da própria existência – o que pode por sua vez, sem grande manobra intelectual, remeter à prática da corrida.

A corrida, principalmente de rua, corresponde a uma atividade primariamente individual – já que desenvolve-se em um determinado ritmo adequado às próprias necessidades e possibilidades – o que contribui para que haja um momento onde a atenção ao que se faz, ao próprio corpo e aos próprios pensamentos seja algo incrivelmente único e potencialmente eficiente ao atendimento e entendimento dos próprios propósitos atrelados aos esforços em qualquer que seja a direção.

Esforço, trabalho e direção correspondem a conceitos essenciais à busca de sentido no que se faz, bem como à implementação de costumeiros questionamentos acerca do significado da própria existência e dos variados momentos em que se buscam colaborações entre amigos, colegas e semelhantes com interesses em comum.

Apenas deveríamos fazer o que de alguma forma importe, a nós mesmos e/ou a outras pessoas – e não há como saber o que realmente é importante sem a devida reflexão acerca do propósito da própria existência e o sentido da vida.

Richard Bach escreveu um pouco sobre algo semelhante em seu clássico da literatura no qual uma gaivota queria alçar voos cada vez mais altos e mais rápidos em busca da perfeição e do atingimento pleno do propósito de sua própria existência – o que os humanos, por sua vez, podem fazer por diferentes formas, inclusive como proposto no título deste texto, literalmente correndo em direção ao sentido da vida.